O Conjunto Arquitetônico do Palácio Rio Negro está situado
em uma área de 13.000 m², localizada em uma das avenidas mais representativas
do Centro Histórico de Petrópolis-RJ, a Avenida Koeler, cujo nome rende
homenagem ao Major Júlio Frederico Koeler, que realizou o desenho urbano de
Petrópolis. O terreno onde se encontra era composto, inicialmente, de três
prazos (lotes) de terra medindo, cada um, 22 metros de frente e mais outro lote
aos fundos, de acordo com o padrão estabelecido por Koeler para o plano urbanístico
da Vila Imperial. Estes prazos de terra foram doados, em 1847, pelo Imperador
D. Pedro II a pessoas de suas relações para compor a vizinhança de seu palácio
de verão. Mais tarde, em 1939, seria agregado ao conjunto ainda mais um lote,
este com edificação (o "chalé") datada de 1884, que teria pertencido
à família de Frederico Guilherme Lindscheid e, posteriormente, teria sido
alugado por parentes de Joaquim Nabuco.
O conjunto conta, atualmente, com nove edificações de
valores arquitetônicos diferentes que datam de épocas distintas, tendo como
edifícios principais o Palácio Rio Negro e o Palacete Raul de Carvalho. O
Palácio, de construção em estilo eclético, data de 1889 e foi edificado por
encomenda de Manoel Gomes de Carvalho, o Barão do Rio Negro, próspero
comerciante de café do Estado do Rio de Janeiro, ao engenheiro Antonio Januzzi,
autor de diversas obras de grande importância à sua época, como as que
compuseram a abertura da Avenida Central – atual Avenida Rio Branco – no centro
do Rio de Janeiro, em 1904, e o Palácio Itaboraí, também em Petrópolis. O Barão
do Rio Negro, entretanto, ocupou por pouco tempo o Palácio, pois, em 1894,
deixou o país com a família transferindo-se para Paris, onde veio a falecer em
27 de dezembro de 1898. Em Paris, o barão, junto com seus filhos Raul e
Manuel Emílio, fundou o “Café Carvalho”, empresa que importava o café produzido
no Brasil e o distribuía na França.
Em 1893, como conseqüência do descontentamento com o regime
de Floriano Peixoto, oficiais da Marinha, sob o comando de Custódio José de
Melo, iniciaram a Revolta da Armada, transformando Niterói, então capital da
Província do Rio de Janeiro, e a baía de Guanabara, em verdadeira praça de
guerra: a solução encontrada para assegurar a atuação do governo fluminense foi
transferir temporariamente a capital para Petrópolis. O Governo da Província
instala-se, em 1896, no Palácio Rio Negro.
Em 1903, com a volta do Governo da Província para Niterói, o
Palácio fica desocupado e é hipotecado ao Banco da República do Brasil devido
às dificuldades financeiras por que passava o governo, terminando aí a primeira
fase do Palácio Rio Negro como prédio público.
A partir de 1903 o Palácio Rio Negro passou a pertencer ao
Governo Federal, sendo transformado em residência de verão oficial dos
Presidentes da República. O Rio Negro recebeu Rodrigues Alves, Afonso Pena,
Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Epitácio Pessoa, Artur
Bernardes, Washington Luiz, Getúlio Vargas, Café Filho, Eurico Gaspar Dutra,
Juscelino Kubitscheck, João Goulart e Arthur da Costa e Silva. Com a
transferência da capital para Brasília, em 1960, o veraneio em Petrópolis
tornou-se pouco prático. Desta forma, em 1975, o então presidente Ernesto
Geisel transfere o Palácio à guarda do Exército e o conjunto do Rio Negro passa
a ser sede da 1a. Brigada de Infantaria Motorizada, que aqui permaneceu até
dezembro de 1991. O prédio só voltaria a hospedar o Presidente da República no
verão de 1996, com a vinda do Presidente Fernando Henrique Cardoso, que ainda
retornou ao Palácio outras duas vezes, nos anos seguintes. Em março de 2007 e,
novamente, em março de 2008, o Palácio hospedou o Governador do Estado do Rio
de Janeiro, Sérgio Cabral. Em 13 de setembro de 2008, o Presidente Lula e o
Governador Sérgio Cabral, acompanhados de suas esposas, pernoitaram no Palácio,
dando prosseguimento à tradição do Rio Negro em hospedar o mandatário da
nação.
O Conjunto Arquitetônico do Rio Negro ficou sob
administração da Prefeitura Municipal de Petrópolis a partir de janeiro de 1992
e só retornaria à União por determinação judicial em novembro de 2005, quando
passou a ser administrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional – IPHAN. No início de 2009, com a transferência dos museus federais do
IPHAN para um novo órgão, o IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus), o Palácio
Rio Negro passou a ser regido por esta instituição.
O Palácio, desde sua reabertura, vem realizando eventos
artísticos e culturais através de concertos musicais, palestras, apresentações
teatrais, entre outros e encontra-se aberto à visitação de terça a sábado, de
10 às 17 h.