quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Um pouco de história...



O Conjunto Arquitetônico do Palácio Rio Negro está situado em uma área de 13.000 m², localizada em uma das avenidas mais representativas do Centro Histórico de Petrópolis-RJ, a Avenida Koeler, cujo nome rende homenagem ao Major Júlio Frederico Koeler, que realizou o desenho urbano de Petrópolis. O terreno onde se encontra era composto, inicialmente, de três prazos (lotes) de terra medindo, cada um, 22 metros de frente e mais outro lote aos fundos, de acordo com o padrão estabelecido por Koeler para o plano urbanístico da Vila Imperial. Estes prazos de terra foram doados, em 1847, pelo Imperador D. Pedro II a pessoas de suas relações para compor a vizinhança de seu palácio de verão. Mais tarde, em 1939, seria agregado ao conjunto ainda mais um lote, este com edificação (o "chalé") datada de 1884, que teria pertencido à família de Frederico Guilherme Lindscheid e, posteriormente, teria sido alugado por parentes de Joaquim Nabuco.

O conjunto conta, atualmente, com nove edificações de valores arquitetônicos diferentes que datam de épocas distintas, tendo como edifícios principais o Palácio Rio Negro e o Palacete Raul de Carvalho. O Palácio, de construção em estilo eclético, data de 1889 e foi edificado por encomenda de Manoel Gomes de Carvalho, o Barão do Rio Negro, próspero comerciante de café do Estado do Rio de Janeiro, ao engenheiro Antonio Januzzi, autor de diversas obras de grande importância à sua época, como as que compuseram a abertura da Avenida Central – atual Avenida Rio Branco – no centro do Rio de Janeiro, em 1904, e o Palácio Itaboraí, também em Petrópolis. O Barão do Rio Negro, entretanto, ocupou por pouco tempo o Palácio, pois, em 1894, deixou o país com a família transferindo-se para Paris, onde veio a falecer em 27 de dezembro de 1898. Em Paris, o barão, junto com seus filhos Raul e Manuel Emílio, fundou o “Café Carvalho”, empresa que importava o café produzido no Brasil e o distribuía na França.

Em 1893, como conseqüência do descontentamento com o regime de Floriano Peixoto, oficiais da Marinha, sob o comando de Custódio José de Melo, iniciaram a Revolta da Armada, transformando Niterói, então capital da Província do Rio de Janeiro, e a baía de Guanabara, em verdadeira praça de guerra: a solução encontrada para assegurar a atuação do governo fluminense foi transferir temporariamente a capital para Petrópolis. O Governo da Província instala-se, em 1896, no Palácio Rio Negro.

Em 1903, com a volta do Governo da Província para Niterói, o Palácio fica desocupado e é hipotecado ao Banco da República do Brasil devido às dificuldades financeiras por que passava o governo, terminando aí a primeira fase do Palácio Rio Negro como prédio público.

A partir de 1903 o Palácio Rio Negro passou a pertencer ao Governo Federal, sendo transformado em residência de verão oficial dos Presidentes da República. O Rio Negro recebeu Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Epitácio Pessoa, Artur Bernardes, Washington Luiz, Getúlio Vargas, Café Filho, Eurico Gaspar Dutra, Juscelino Kubitscheck, João Goulart e Arthur da Costa e Silva. Com a transferência da capital para Brasília, em 1960, o veraneio em Petrópolis tornou-se pouco prático. Desta forma, em 1975, o então presidente Ernesto Geisel transfere o Palácio à guarda do Exército e o conjunto do Rio Negro passa a ser sede da 1a. Brigada de Infantaria Motorizada, que aqui permaneceu até dezembro de 1991. O prédio só voltaria a hospedar o Presidente da República no verão de 1996, com a vinda do Presidente Fernando Henrique Cardoso, que ainda retornou ao Palácio outras duas vezes, nos anos seguintes. Em março de 2007 e, novamente, em março de 2008, o Palácio hospedou o Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Em 13 de setembro de 2008, o Presidente Lula e o Governador Sérgio Cabral, acompanhados de suas esposas, pernoitaram no Palácio, dando prosseguimento à tradição do Rio Negro em hospedar o mandatário da nação. 

O Conjunto Arquitetônico do Rio Negro ficou sob administração da Prefeitura Municipal de Petrópolis a partir de janeiro de 1992 e só retornaria à União por determinação judicial em novembro de 2005, quando passou a ser administrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. No início de 2009, com a transferência dos museus federais do IPHAN para um novo órgão, o IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus), o Palácio Rio Negro passou a ser regido por esta instituição.

O Palácio, desde sua reabertura, vem realizando eventos artísticos e culturais através de concertos musicais, palestras, apresentações teatrais, entre outros e encontra-se aberto à visitação de terça a sábado, de 10 às 17 h.

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